quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

"Opus"

Impossível contar quantas vezes se respira na vida,
Quantos quilômetros os indivíduos se deslocam,
Quantas vezes os olhos piscam
E quantas estrofes musicais existem no som da natureza.

Os elementos numéricos dão a razão exata aos valores,
Correspondendo o grau de importância a tudo;
Desde o grão de trigo à quantidade de pessoas na Terra.

Logo, nada foge da matemática
E do nível de importância dos seus símbolos,
Porém, a cada um escolhe a sua gramática
Que com Deus criam-se síngrafos.

Todavia, só ao homem é relevante
Tais definições para classificar
O tempo, o espaço, a matéria e suas relações com o mundo.

- Absurdo!
Porque Deus só se preocupa em estar presente
Em todos os momentos,
Como a quantidade de vezes que:
- Pode se respirar na vida;
- Pode, quando vivo, por quilômetro se deslocar cada indivíduo;
- Podem, na vividez, os olhos piscar;
- E, dos sons da natureza, quantas estrofes musicais podem existir.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

A Trilogia do Medo

Medo
(Início da Trilogia)

Aflito e desanimado,
Calado e constrito,
Parece que há cercas de arame farpado
E sinto ao meu redor um imenso buraco tenebroso.

Dias passam em que tudo é nebuloso,
Confuso e frio
Sem nenhum brio.

São momentos angustiantes passageiros
Que só tomam força através das minhas próprias limitações,
Se deixar me levar por eles, mais sombrios se tornam os mensageiros,
E se, ao contrário, confiar nAquele que me fortalece,
Pode passar o sol e a lua, tempestades e tormentas,
Mesmo assim, nada poderá me abalar.

Eu, como todo ser humano, tenho receio,
Fico triste, me emociono e tenho medo,
Não é porque tenho uma necessidade especial
Que eu devo agir diferente dos demais.

Não quero ser como muitos que
Constroem uma fortaleza espiritual
Para depois se desmoronarem com a primeira onda forte.

Quero continuar sendo o que sou:
Um homem com muitos defeitos,
Mas capacitado a sempre aprender
E estar consciente de abrir mão do orgulho
Para abraçar a realidade da vida mostrada por Deus.



Medo II
(A Saga Continua)

Vergonhoso é se vestir seguindo os vultos
Envoltos em brancos veludos venenosos.
Vorazes para bramir com vozes altissonantes
Na espreita de vunzar os segredos mais escondidos.

Posto ao público no brado afamado
A saga continua
Em que poucos ouvem o saber
E estes se calam por vergonha e medo
Das críticas destrutivas que nada valem.

A coragem de dizer o amém
Se dá por uma única inspiração
De enfrentar as vicissitudes
Seguro de ter o Espírito de mansidão.

Anseio e insegurança
Só impedem o ânimo
De transpor o muro das lamentações
Que de tristeza se compõe.

E de vigor dentro d’alma cálida
Surge a pujança transcendental
Que molda a vida fática
Movida por este Deus universal.



Medo III
(Trilogia Final)

Vôo no asfalto a sentir o ar batendo no meu rosto
Zunidos de conversas indecifráveis passam em segundos
Atinjo a velocidade do som para me distanciar do perigo
E chegar mais rápido ao desconhecido.

O ronco do motor me faz esquecer
Que quando jovem vivia dependente dos pais,
Agarrado ao amigo fantasma
E nas brincadeiras de criança.

Agora sou adulto e independente,
Mais velho e cético sobre os fantasmas,
Mas ainda ando como criança
Que procura uma segurança.

E na desaceleração do caminho que traço
Lembro dos campos e cidades onde passei
Para ter a convicção
Que sem a mão forte de Deus
Eu certamente ficaria no meio desta estrada,
Sendo as Palavras divinas o mapa para me conduzir à infinita jornada.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Fundamento

O bebê engatinha curioso de saber o espaço que o envolve,
Quando adulto quer ser dono do mundo
E ao ser idoso vem a lembrança daquilo que poderia ter sido.

Gerações passam e surgem
Neste vai e vem constante
Todos na procura do verdadeiro caminho,
Esperando achar no horizonte.

Contudo, na busca da fonte
Se ignora as lições escritas
Que são as mais puras inspirações da história.

Logo, não se pode retirar da memória
Tudo que na Bíblia foi descrita
Na qual se afirmam todos os fundamentos.

Melhor exemplo disto está no céu estrelado:
A luz emitida pelos corpos celestes
Nada mais são do que o brilho presenciado
Vindo do passado que dar a cor todo especial na escuridão da noite.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Cisão

Em algumas ocasiões
Há um irresistível impulso
De querer modificar as posições
Das pessoas como se fosse um intruso.

Transformando o mundo confuso,
Impor pela força traz desentendimento e discórdia
Que desta semente brota o ódio
Para camuflar as barreiras do preconceito.

Fugir deste conceito
E não provocar vindita
Com reações brandas e sinceras
É o modo capaz de motivar a consciência.

Sem esta essência,
Nunca se chegará a compreensão do amor
Que na verdade é o fruto
Originado pelo sentimento maior
Que se aproxima do conhecimento com Deus.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Ligação

Matar alguém,
Seja qual for o motivo,
A morte por si só
É estimável em maior ou menor grau.

A valorização das coisas
Depende do ponto de vista,
Do interesse maior
Comparado a algo de mesma proporção.

Assim também é a vida,
Não importa qual o seu estado,
Esta é ilimitadamente digna de apreço.

Então, a morte e a vida contrabalançam
Em pólos opostos,
Cujo equilíbrio não se qualifica por um preço.

Pois, se assim fosse,
Nada teria importância,
Do seu nascimento ao suspiro final,
Haveria apenas um vazio
E as palavras escritas aqui
Não transmitiriam qualquer tipo de sensação.

Seja bom ou mau,
Forte ou fraco, rico ou pobre,
O que vale na essência
É a certeza da existência
Deste livre arbítrio
Para seguir ou não
O Espírito de Deus em comunhão.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Reflexão VI

Nada consta da memória
Lembranças vagas
Que impeçam saber de onde surge o ser.

Cientificamente é a junção de dois gametas
Traçados para unir em uma meta
E diante da qual se preserva a continuidade da espécie humana.

Seguindo este frio raciocínio,
Nada mais somos
Do que partículas atômicas ligadas
Na dependência de núcleos celulares
Em constante mutação.

Desta colocação
Se conclui que matematicamente
A existência de seres vivos na terra
Teria uma probabilidade de surgir entre um
Dividido pela quantidade de distância da dimensão do universo.

E o mais surpreendente:
Desperdiça-se a maioria do tempo da vida
Desprezando o valor deste sublime presente
De ser cada indivíduo cooperador de Deus desta constante maravilha.