quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

A Trilogia do Medo

Medo
(Início da Trilogia)

Aflito e desanimado,
Calado e constrito,
Parece que há cercas de arame farpado
E sinto ao meu redor um imenso buraco tenebroso.

Dias passam em que tudo é nebuloso,
Confuso e frio
Sem nenhum brio.

São momentos angustiantes passageiros
Que só tomam força através das minhas próprias limitações,
Se deixar me levar por eles, mais sombrios se tornam os mensageiros,
E se, ao contrário, confiar nAquele que me fortalece,
Pode passar o sol e a lua, tempestades e tormentas,
Mesmo assim, nada poderá me abalar.

Eu, como todo ser humano, tenho receio,
Fico triste, me emociono e tenho medo,
Não é porque tenho uma necessidade especial
Que eu devo agir diferente dos demais.

Não quero ser como muitos que
Constroem uma fortaleza espiritual
Para depois se desmoronarem com a primeira onda forte.

Quero continuar sendo o que sou:
Um homem com muitos defeitos,
Mas capacitado a sempre aprender
E estar consciente de abrir mão do orgulho
Para abraçar a realidade da vida mostrada por Deus.



Medo II
(A Saga Continua)

Vergonhoso é se vestir seguindo os vultos
Envoltos em brancos veludos venenosos.
Vorazes para bramir com vozes altissonantes
Na espreita de vunzar os segredos mais escondidos.

Posto ao público no brado afamado
A saga continua
Em que poucos ouvem o saber
E estes se calam por vergonha e medo
Das críticas destrutivas que nada valem.

A coragem de dizer o amém
Se dá por uma única inspiração
De enfrentar as vicissitudes
Seguro de ter o Espírito de mansidão.

Anseio e insegurança
Só impedem o ânimo
De transpor o muro das lamentações
Que de tristeza se compõe.

E de vigor dentro d’alma cálida
Surge a pujança transcendental
Que molda a vida fática
Movida por este Deus universal.



Medo III
(Trilogia Final)

Vôo no asfalto a sentir o ar batendo no meu rosto
Zunidos de conversas indecifráveis passam em segundos
Atinjo a velocidade do som para me distanciar do perigo
E chegar mais rápido ao desconhecido.

O ronco do motor me faz esquecer
Que quando jovem vivia dependente dos pais,
Agarrado ao amigo fantasma
E nas brincadeiras de criança.

Agora sou adulto e independente,
Mais velho e cético sobre os fantasmas,
Mas ainda ando como criança
Que procura uma segurança.

E na desaceleração do caminho que traço
Lembro dos campos e cidades onde passei
Para ter a convicção
Que sem a mão forte de Deus
Eu certamente ficaria no meio desta estrada,
Sendo as Palavras divinas o mapa para me conduzir à infinita jornada.

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