terça-feira, 28 de novembro de 2006

Conclusão

De madrugada murmuram sonidos opacos
E nas tempestades de verão
Perdem no tempo e espaço
As mensagens trazidas pela Palavra que ouvem.

E mesmo assim retini as vozes
Como pedras jogadas
Na esperança de repicar às vezes
Entre os indivíduos a sensação da paz.

Mais do que uma expressão amiga
E acima do conforto material
Vem o presente terno e afável
De sempre ter alguém
Igual a qualquer pessoa
Que diga o caminho para se encontrar com Deus.

Muitas perguntas o homem jamais poderá responder
Por si mesmo
Nem do fruto que é colhido
Pode saber a essência de tudo
Sem ser alimentado pelo Criador.

Lá no fundo
O futuro só pertence a Deus
Que rege todos os destinos
Para moldar a obra final
Dos justos e injustos,
Cuja participação
Depende apenas e exclusivamente
Dos que ouvem e entendem
O significado da sua existência.

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Milagre II

A obscuridade das idéias,
Idéias imaginativas,
Criando condutas pictóricas
Que deliram nas convicções humanas.

Dizem por aí que não há milagres,
Nada, a não ser o vão
Que assopra nos pulmões
E se esvai nas palavras pronunciadas em vão.

Para todos tudo é tão comum
Natural de mais para ter a mão de Deus
Diante do universo em expansão
E do grão de areia amontoadas no chão.

Os átomos aglutinados
Formam além do mundo
Contudo,
Dos objetos inanimados
Aos seres vivos
Há uma diferença de milhares de ano-luz.

Os seres incubados nos corpos
São mais do que sistemas de células neurais
Que se distinguem um dos outros
Como as digitais.

Então, a pergunta permanece:
- Será que tudo isso já não é um milagre?

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Poema

O que é uma poesia?
São rimas em conjunção de palavras,
São fonemas acoplados a uma sentença ou
São verbos que ligam todos os nomes?

Ela não é apenas um substantivo
Melhor que mil prosas substitutivas
É uma vida em desenvolvimento.

Em cada movimento
O seu ritmo adquire diferentes entonações
Que provocam várias emoções
E pensamentos diversos.

Nestes meus versos
O meu foco é Deus
Que provocou muitas profecias
E aqui se tornaram poesias.

Nunca serei profeta
Como nos tempos bíblicos.
Sou um simples poeta
A deixar uma mensagem aos leitores
E um Espírito intimista crítico
Nos meus instantes líricos.

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Realidade II

Muitos passam a se olhar no espelho
Para ver os traços que os moldam.
Vivem horas para perdê-las
Sem nenhuma força de empenho.

O cotidiano atribulado
Favorece para o esquecimento
De muitos compromissos.

Para os dias atuais
Nada é mais importante
Do que o que se tem no momento.

O passado e o futuro são uma incógnita
Freqüentemente esquecidos por toda uma gente
Capacitada a deteriorar tudo num ato insciente
No escopo de se satisfazer por sua lógica.

Loucos e perversos!
Todos mais do que cegos
Não vêem o mundo se desmoronar
Gradualmente sem dó nem piedade.

Isto não vai passar como um eclipse
Para depois voltar como antes
Porque são os sinais do apocalipse
Que tudo se apagará em instantes.

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Grito

De longe escuto
Vozes gritando em sussurros,
Cujos ecos ressoam como surros.

Violinos tocam desafinadamente
Em vazios tons
Emitidos no espaço até chega a mente
Para distinguir todos os sons.

Sendo tudo um grito
Num desabafo cálido
Que somente a Cristo,
Na cruz, invocado
O perdão é válido.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Túnel

Fecha, corre, fecha corre ...
Num trem em movimento
Os trilhos por onde ele passa são estáticos,
Sem vida.
De repente, transformam-se num símbolo da saudade
Quando das suas estruturas
Vem o passageiro gozo do som estridente.

Trote, trote, trote ...
Os trilhos são
Como a vida é em nós
Que com apenas um deslize
Acaba com a esperança de se chegar ao destino.

Fumaça vai, fumaça vem, fumaça vai, fumaça vem ...
Einstein dizia que tudo é relativo
O tempo é relativo
O espaço também
Bem como o meio vivido dentro dos vagões.

Apito apita, apito apita, apito apita ...
Logo, a alegria é o sopro da felicidade
Que teima existir até a próxima estação
A sua parada também é relativa;
Reencontros e despedidas
Fazem brotar na gente um fruto amargo de lembranças.

Suavizado, suavizado, suavizado ...
Lá vem Ele com Sua Palavra penetrante,
Embrenhando-se nas serras e florestas
Com Sua velocidade rasgante
E dos túneis que se formam pelos trilhos,
Deixam sinais da Sua presença fervorosa nas frias arestas metálicas.

Foi com o vento, foi com o vento, foi com vento ... por aí.

domingo, 19 de novembro de 2006

Culpa

Certos gestos,
Certas atitudes e
Certas críticas
Colhem espinhos profundos
Cicatrizados com o tempo.

Cãs do pensamento
Catalisa o pesar do arrependimento
Cediço pelo orgulho pessoal
Calcado pela arrogância de ignorar a verdade.

Contrição é o único meio
Capaz de romper
Com os grilhões do pecado,
Concluindo ser apenas o Cristo
Culpado para te inocentar pelos teus males
Cometidos no mundo.

sábado, 18 de novembro de 2006

A Felicidade

Qual é o valor da vida,
De um sorriso,
De um beijo,
De um afeto e
De um gesto de amor?

Qual seria a melhor recompensa
De uma amizade sincera,
De um par perfeito,
Da solidariedade voluntária e
Da mansidão do coração?

Tem certas coisas impossíveis de retribuir
E aos corações petrificados pela dureza d’alma
Difíceis de entender.
Contender,
Com um só golpe, a frieza de espírito
É como desejar mover um pedregulho com um sopro.

Entretanto, se Deus for o contro
Desta jornada rumo ao destino,
Estilhaçados ficarão
As pedras do coração
E ao final verão
Que a felicidade se constrói
Na prática de quem
Se sente satisfeito apenas com o dever cumprido.

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Comunicado I

Extra, extra, extra!
Considera-se a notícia um meio de consumo
Tragédias populares narrados como se fossem chamadas de uma badalada festa
Enfocados por câmaras que procuram os atores principais sem rumo.

Morte e vida se misturam
Compondo na tela uma salada
Com sal e açúcar
Preparada especialmente
Para os telespectadores despreparados
Em verem o espetáculo de todos os dias.

A cor mórbida colorindo os olhos viciados pelas emoções alheias
O carrasco tido como herói
Em cenas grotescas da criminalidade.
De tudo isso, não se retira nenhum pesar
Só a consciência da população entretida de que amanhã assistirão mais uma peça criada pela mídia.

A propaganda se tornou a rompedora de costumes,
O cientista da ilusão
E o estilista do comportamento
Porém, nada há que possa retirar da marginalidade
O desprezo ao comum, à tradição
E a figura apelativa da nudez oprimida da pobreza.

O que existe com certeza
Está exposto para a venda,
Porém, nenhuma renda
Alcança a riqueza do amor
Que na mídia não se divulga
E dos olhos humanos estão afastados
Apenas guardados nos retos corações
Apetecidos de atingir a eterna paz
Prometida por Deus.

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

A Procura

Procuro coisas para fazer,
Procuro ondas para deslizar,
Procuro palavras para me expressar,
Procuro Deus a toda hora.

O dia amanheceu ensolarado
Com uma brisa suave a banhar
A manhã que inicia.

E o amanhã
O que será dela se não nascer o Sol?
E o tumulto de toda esta gente
Será o mesmo no dia seguinte?

O paladar da comida será o mesmo?
Quem me dera ter todas as respostas,
Seria para mim um presente da minha vida inteira.

E mesmo assim,
Continua a brilhar lá fora,
Indiferente a minha existência
Tudo por Deus criado fora
Nesta constância
De refletir o Espírito
Que nos cerca constantemente.

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Liberdade

Constroem-se fronteiras,
Impõem-se barreiras
Criam-se bandeiras.

Línguas,
Costumes,
E credos
São os aspectos
Mais nítidos das diferenças.

Já vivemos condenados,
Aprisionados,
Amordaçados pelo sistema
Que nos fixam a um padrão
De agir.

Realmente a liberdade real
É a prisão sentida
Atrás das grades escondidas
Na nossa mente.

Mas, o significado puro da liberdade
Será quando retirarmos toda impureza da nossa alma
E guardar apenas e tão-somente
O amor incondicional de Deus.

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Transformação

Nada no homem é eterno
Quando nasce já é propenso a morrer
Cedo ou tarde este é o seu destino,
Mesmo numa redoma de vidro.

Sejam as células do nosso corpo,
Sejam os músculos dos nossos membros,
Seja o sexo
Tudo se modifica
E se acaba.
Ao homem nada resta.

Então, aquela indagação surge:
- Para que lutamos?
- Trabalhamos e poupamos?
- Para que tudo isso?

Entretanto, se não fosse assim
O que seria de nós?
Não olhe apenas no seu umbigo
Porque a vida é maior do que este castigo.

Ninguém pode carregar alguém nos ombros
Por toda vida,
Todavia,
As Palavras de Deus suportam o mundo.

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Regras

A disciplina conduz o homem
Diz o que deve e não fazer
Divide o mal do bem
Impondo limites de tolerância.

É fria nas suas ações
Porque se restringe no individuo
Com máscaras intransponíveis
No repartir das condutas.

Aos seus semelhantes
Há apenas um elo superficial
Demonstrada pela insensibilidade
Da coexistência em comum.

Ao passo que o amor
Rompe com qualquer disciplina
Imposta pela força.

E quando Jesus falou:
“Amar o próximo como a ti mesmo”.
Mostrou o segredo
Para atingir o respeito,
A solidariedade,
Romper com os preconceitos
E a felicidade na vida eterna.

Mais que mil atitudes
Esteja onde estiver em qualquer latitude
É preferível ter amor no coração
A disciplina dos homens.

Pois, tendo este propósito
Cheguei até aqui
Sem eira nem beira
Numa luta desigual
Em que no final
Transpus todas as barreiras.

domingo, 12 de novembro de 2006

Tendências

Sou um homem com deficiências
Rejeitado dentro da sociedade em suas concupisciências
Que não foi transformado pela ciência.

Não há nada que define a presença
Do vazio existente
Nos corações de pessoas denegadas
Em suas esperanças.

Porque nesta realidade corrupta
Pouco se dá valor
Um afetivo calor.

A todos não se demonstra a Divina eficiência
Pois em alguns existe a ausência
De negar a si mesmo na razão d’outrora reminiscência.

E sou apenas um portador de necessidades especiais
Que anseia transpor as barreiras emocionais
Na busca da verdadeira amizade
Construída pela Palavra do Deus criador.

Diante do qual agradeço
Por ter me dado este apreço
Para infiltrar nos olhos alheios
Esta mensagem de conselho.

sábado, 11 de novembro de 2006

Eu, Mario Hiroshi Ishihara, advogado, atuante em todas as áreas do direito, 40 anos, tive poliomielite sete meses ao nascer e vivi a maior parte do tempo enfurnado num hospital só para passar o tempo. Mas, enfim, eu era analfabeto até os meus 17 anos porque naquele hospital que fiquei não tinha uma estrutura para que os pacientes pudessem ter o mínimo de estudo possível.

Eu poderia ser revoltado, alienado, rude, arrogante, presunçoso, egocêntrico, mal-humorado etc.

Mas não, quem me conhece realmente sabe que não sou assim. Lutei com muita dificuldade para superar mil barreiras e conquistar mil objetivos. Entretanto, não sou melhor do que ninguém, apenas acredito que o melhor das coisas é ter certeza que podemos nos apoiar no amor e não no ódio; podemos acreditar na vida, mesmo que ela nos derrube muitas vezes; ser solidários sem esperar receber nada em troca.

Logo, só queria deixar um recado a vocês que lêem este texto que seja qual for a sua dificuldade, esta não é páreo quando queremos o nosso espaço com muita fé em Deus.

Eu

Estando eu numa cadeira de rodas, o que poderia pensar da vida?
- Imaginaria ingratidão?
- Seria revoltado com tudo e com todos?
- Sentiria desprezo de Deus para comigo? Ou simplesmente não acreditaria na Sua existência?
- Me afastaria das companhias e viveria uma vida dissoluta e solitária?
- Ficaria me condoendo de alta-piedade?

Não, definitivamente não
Me recuso a desistir
Fugir e me esconder na escuridão.

Isso seria o mesmo que
Respirar o ar sem a presença do aroma,
Comer sem sentir gosto,
Tocar sem ter sensação e
Olhar sem ver o brilho da luz.

O tempo passa e a vida também,
Mas as verdadeiras mensagens ficam no coração
De quem ainda a esperança detém
A Eterna salvação.

Meu Salvador

Vejo a terra, vejo o fogo,
Sinto o calor do Sol e sinto a brisa do vento.
São coisas banais do mundo
Que se fazem divinas pelo Criador.

Vivo, respiro,
Tenho prazeres e sofro
Como todo mundo,
Porém, meu espírito será vivificado pela justificação de Cristo.

Não sou perfeito nem supremo,
Sou indigno e pecador.
Sou apenas mais um arrependido
Que segue o caminho do Senhor.

Não faço milagres
Nem profeta sou.
Creio somente e tenho fé
Que Cristo é o meu Salvador.

A Palavra

Andei nas trevas, na escuridão do mundo!
Nada fazia me contentar.
Conseguia apenas efêmeros desejos
Que não se completavam nunca.

Em busca de uma palavra,
A procura da esperança e da salvação,
Resolvi me entregar ao que viesse de mim mesmo.

Porém, nada de mim valia a pena,
Cá dentro encontrei um vácuo sem luz,
Um papel em branco sem linhas.

Sei agora que a fé que me move não estava comigo,
Nem O achei perambulando pelas ruas ou nas esquinas de algum prédio.
Ele veio e se instalou dentro do meu coração vazio
Como um raio a me iluminar eternamente.
O estrondo foi tão forte que mudei completamente.
E aqui estou louvando a Cristo
Que por sua palavra me completou.

Na Procura

Estou numa estrada,
Conduzindo-me a vários labirintos,
Encruzilhadas do mundo distorcidas pelos homens famintos.

Em volta de mim
Murmuram esperanças dissipadas
Sem limite e sem fim,
Conspirando para as infelicidades amargas.

Mas o Sol Divino brilha, mesmo assim,
Tímido e calado.

Propaga um calor acalentador
Para aquecer um pobre pecador.
Minh’alma ferve,
Meu corpo geme
E meu espírito enobrece
Quando ouço os Seus cânticos de prece.

E o meu clamor
Reflete o Seu amor
Que salva por um simples pedir.
A Cristo Salvador.

Batismo

Lá vem o dia,
O dia da minha salvação.
Almas quebrantadas pela monotonia,
Monotonia eternamente em condenação.

Límpidos corpos a banhar numa banheira.
Espíritos vivificados pela Palavra.
Carne ardendo em palpitações constantes
Presta o testemunho da fé.

Mazelas da minha vida enterradas
Naquele ato glorificador
Feito com júbilo e sem dor.

Critico aqueles que tentam decifrar este momento
Pois não vêem a particularidade de cada ato contido em cada um.
As vezes repetitivos, tantas vezes avessos às primitivas razões e
Outras tão longe da casa celestial do Nosso Pai.

Aquele que entra já determinado sente o corpo pequeno,
O mundo pequeno e a Terra pequena.
Sai como se saísse do passado, do antigo e da morte.
Pois a água produz um efeito imediato
Que torna tudo em volta vivo, o ar, a Terra e o corpo.

Rompe o cordão material da vida
E interrompe os vícios corrompidos.
Tudo, e elevado a mais um pouco, é essa atitude incompreendida por muitos
Que, entretanto, faz naquele que crê uma aliança viva, eterna e perpétua com o Criador.

Outono

Hoje o dia está lindo
Porque o Senhor me tocou.
Hoje o dia amanheceu lindo
Porque senti o Sua salvação.

Em algum lugar ressoa a vibração que almejo,
Em um canto ouço o Seu canto.
Não vem dali nem daqui,
Está em todo lugar!

Não preciso procurar
Pois em cada centímetro
Eu O encontro:
Nas ruas, nas avenidas e nos bares,
Não há nenhum lugar que escape aos Seus olhares.
Estático estou,
Parado, sem movimento algum,
Contemplando a remissão de todos os males.

Cada vez que percebo a Sua presença
Sinto-me um mancebo na pujança
De gritar com força e sem intermissão
A infinita glória da Sua missão.

Sou um louco desvalido,
Um homem inválido
Cheio de iniquidades por todo corpo,
Mostrando o meu opróbrio
Sem nenhum amor próprio.

Porém, o meu ser foi atingido por um milagre
Como aqueles atos de santidade
Narrados para descrever os atos de Jesus
Que, quando O vi,
Aquele Homem da descendência da Davi
Motivou-me a carregar a minha cruz.

O Instrumento

Fico a pensar:
Por que louvar?
Por que ir a um culto de adoração?
Por que me deslocar tão longe para ouvir a Sua palavra?
Afinal, que paixão é esta que move montanhas?

Não explicarei com clareza
Nem terei coragem de mostrar a verdade.
Pois, tudo quanto eu disser perderá o pleno significado da minha fé,
Da minha paixão contida em Ti.

Sigo a razão divina
E desprezo as humanas.
Sinto o que vejo
E todos vêem o que sinto.

Reflito e não desanimo
De mostrar com o meu gesto
A plenitude da Sua Paixão,
Porque de tudo isto
Sou um simples instrumento de louvação.

O Fruto

Uma cantiga musical me emociona,
um ritmo embalado pelo meu coração,
sem pausas ou disritmias.

Sinto o seu paladar na minha boca
Como se tocasse na minha língua adocicadamente,
e canto alto e claro para ouvir a minha própria voz
a ecoar aos ouvidos de toda essa gente,
mas não para escutar a minha razão.

Espero que eles ouçam o conteúdo do meu som,
propagando a mensagem do amor fraternal.
Pois o conteúdo é tão universal que todos podem ouvir.

Ah, essa cadência sedutora fixou-se no meu coração,
abalando qualquer tipo de oposição,
minguando a minha resistência opressora
transformada em fé.

O gosto desse prazer chega até a espinha dorsal,
Ramificando-se por todo corpo em que, enfim,
brota a semente da vida eterna.

E os pássaros vêm e comem do fruto
e do caule,
porém a raiz continua a abastecer os espíritos famintos.

Desse fruto eu me alimento,
sustento
e cresço.

Por isso, já não ouço mais as almas perdidas,
já não sou um homem perdido,
já não vivo num mundo perdido.
Porque creio na esperança de que todos creiam na palavra de Deus.
É particularmente delicioso passear num jardim florido, mais lindo fica quando os raios do Sol de início de primavera aquecem a tarde acompanhada de uma brisa trazida do sul.
E imagino como pode alguns tolos não perceberem a mão de Deus em toda esta maravilha.
Entretanto, a estupidez maior é alegar que isso foi o acaso, um conjunto de fatores aleatórios que agrupados geraram o fato presenciado. Se essa fosse a verdade, não existiria as abelhas para tirar o néctar, não existiria o vento a polinizar o jardim, não existiria o Sol para fotossíntese nem eu existiria para contar a história.
Quando vivia à toa, estático sem motivação para me ocupar com algo, eu pensava que as coisas são assim mesmo. O sistema social e algumas pessoas que me cercavam forçavam sempre para um posicionamento negativo sobre a vida, sobre as pessoas e até sobre Deus.
Na verdade naquele instante eu era mais um que tinha um pensamento normal da maioria que diz: para que isso, nada vai mudar.
Pois é, agora sou diferente - não quero ser igual aos outros que reclamam de tudo e de todos, odiando a vida e desprezando o próximo.
Semelhantemente Deus é assim porque os Seus dois princípios máximos são:
ame o teu Deus de todo teu coração, de todo e teu entendimento;
AMAR O PRÓXIMO COMO A TI MESMO.

O Sol da Meia Noite

Houve épocas da minha vida que pouco sabia dEle, qual era a razão de eu estar aqui ou para onde eu iria depois de tudo isso. Enfim, de certa forma, quanto mais segredos da Bíblia são revelados, mais se chega à conclusão de que o homem por si só não significa nada.
Um dia quando voltava para casa compreendi como posso, no mesmo instante, perceber diferentes modos do toque de Deus diante do meu cotidiano.
Numa quinta-feira, mais precisamente em 16/03/2006, eu, Mario Hiroshi Ishihara, fiquei o dia inteiro rodando pela cidade de São Paulo, cumprindo com os meus afazeres profissionais, na maioria das vezes enfrentando o trânsito caótico desta megalópolis.
Já por volta de 23h34min., eu estava voltando para casa cansado, com fome, com sono e necessitando de um banho. O trecho de volta tem uns 20km de pista que só possue iluminação provinda dos faróis dos carros. E naquela noite notei que a pista estava quase deserta e, mesmo no escuro, percebia claramente a paisagem iluminada pelos raios refletidos das estrelas e da Lua Cheia - todo esse brilho vem do Sol.
Este foi um instante de contemplação maravilhoso. Como o astro Sol ilumina a noite através dos corpos celestes, assim é Deus nas nossas vidas - Ele brilha sem você perceber.

Ouço gritos, sussurros e preces
De dia e de noite.
Não importa o momento, o local e a razão,
Nem o porquê deste instante.

Sou um simples cristão a Te louvar e a Te adorar.
Em qualquer lugar, abro o meu coração para que saibas
Que tenho em Ti a minha fé.

Sigo os Teus passos, vou no caminho que Tu criaste,
Porém, não sou digno da Tua perfeição.
Tu és o Divino Santo e eu sou apenas da Terra.
E na Terra o meu corpo morrerá para glória do Teu Espírito.

Tenho muitas alparcas a desatar no caminho em que Tu me conduzes
Porque, nas veredas ao paraíso, o destino só a Ti pertence.
Por isso, louvado seja o Senhor Jesus Cristo
Por residir no meu coração para todo sempre.

Autos de nº 1998

Ontem passou com a rapidez de hoje
num tempo dissoluto
que levava uma absurda lembrança.

Memórias recorridas da gaveta do coração
para associar os fatos à emoção.
Recordo-me de não ter esquecido nada
dos anos acadêmicos,
da duradoura paixão desses cinco anos
e da realização de todos os meus planos.

Cara a cara estou com a realidade profissional
fria e áspera, que não dispensa a vaidade e o desprezo,
estou firme para encarar as desventuras a qualquer preço
na defesa do meu ideal.

Deixo petrificadas as minhas saudades
para que ninguém as roube
ou as lance num lugar onde não as possa encontrar.

De dia, andarei de ceca em meca nas avenidas das cidades
para que, com o meu suor, assim louve a Deus
e, de noite, ficarei inerte no mundo com o doce suspiro de Te amar.

Assim passarei o resto do meu futuro,
caminhando a passos largos
a trilha definida somente por Ele e destinada a mim
sem indeferimento e sem fim.

Pensamento

Meus pensamentos estão pesados
Difusos e inconstantes.
Embriago-me no meu passado dissoluto
Para fechar as portas da esperança que bate.

Ele sussurra palavras divinas
Que eu ouço sem soluços.
Comove-me e cativa-me
Num grito libertador e pleno.

Porém, fico a pensar
Se ignoro ou não a vida,
Se morro para alcançar a vida eterna
Ou se caio na realidade da vida terrena.

Sigo os passos por onde antes outros passaram
No encalço abrasador da paixão eterna.
Mas a razão impede de apreciar e contemplar
A natureza da criação para não sofrer o mesmo destino dos glorificados.

Fraco e oprimido pelo mundo
Encontro a força fora do mundo
Para não me sentir perdido e confuso.
E, por isso, perto estou da morada celestial
Que não tem espaço ao meu espírito imundo.

Os Erros São Para Aprender a Não Errar Mais

Quem não errou na sua vida?
Dizer que jamais se arrependeu dos seus erros
É como se ignorasse a imperfeição humana.

Lembrando daquele ditado:
Errar é humano.

Se há uma perfeição no homem
Esta é momentânea e efêmera

A perfeição está em Deus
E só a Ele podemos nos espelhar perfeitamente
Ao homem resta se convencer das suas falhas
Para que a vida seja perfeita.

Caminho

Labaredas de fogo a impregnar
Os desertos cheios de espinhos.
Vitupérios de pensamentos hostis a propagarem-se
Nas letras e nos pergaminhos.

O que é isso tudo se Tu estás diante de mim?
São apenas fumaças a pairar,
Sussurros sem conteúdo
Que nunca me atingirão
Porque Tu és o meu caminho.

O Senhor me salvará
Nestas encruzilhadas da vida
E me protegerá
Contra a vaidade perdida.

Achei no Senhor a minha morada,
Tranqüila e serena.
Obtive de Ti a flor mais do que perfeita,
Duradoura e acabada,
Porque nada há neste mundo comparável
À Tua glória
Que sempre se perpetuará além do universo.

Amor

1, 2, 3, 4, 5, 6, etc.,
São números criados para medir o mundo.
A, b, c, d, e, f, etc.,
São letras do alfabeto para criar palavras.

Símbolos que representam todo o nosso saber
Que, mesmo assim, limitam-se nas suas finalidades.

Então, será possível expor algo maior com esses símbolos?
Poderemos romper as regras gramaticais para atingir aquele significado?
Quando Jesus multiplicou os pães e os peixes,
Ele o fez pela paixão da multidão que O seguia.
E quando profetizou e ensinou aos crentes,
Ele assim o fez por Tua paixão.

Este é o amor que nasce para romper as muralhas da razão humana,
Para distorcer as regras mundanas
E para edificar o Teu nome nos nossos corações
Que batem e batem,
Agora todos com um só compasso
— No ritmo da vida —
Tão alto como o som dos trovões
E tão profundo como os nossos batimentos mais íntimos.

Não há mais barreiras, lamentações nem sofrimentos
Porque tudo isso se dissipou após a Tua passagem
Que se glorifica em nossas almas.

Um Momento

Estou surdo,
Confuso,
O mundo é um absurdo.

Pessoas dormindo ao relento,
Migalhas jogadas para matar a fome dos famintos,
Gritos de misericórdias jogadas ao vento,
Pedras de tropeços espalhadas aos soberbos.

Quantos dias restam,
Quantos anos,
Quantas décadas,
Será a vida inteira?

Pouco ou muito,
Terá sempre alguém
A espalhar a mensagem de
Paz, amor e verdade
E outros a ouvirem
Para dizerem “amém”.
Recentemente percebo que quando há algo de errado, ou quando as coisas não dão certo, a primeira atitude do ser humano é reclamar, xingar, esbravejar, soltar um montão de palavrões, ou atos piores do que estes.

Tudo isso precede ao ódio, desentendimentos, maus entendidos, conflitos, brigas, guerras e até a morte.

Reflita:
É melhor para você “chutar o balde” e não corrigir o que está errado, ou aceitar as diferenças para corrigir os erros em comum?

Tudo é questão de atitude; logo, ouça mais, pense mais, reflita mais, seja mais amigo, respeite mais. Ao invés de tolerar a pessoa, ame-a. Em tudo seja verdadeiro e sincero que aí você começará a tomar o primeiro passo em busca da paz.

O Poder de Deus

Seja um em vários corpos,
Sejam vários corpos em um,
Todos são movidos por um amor.

Um amor divinal
Envolto na fé descomunal
Erguida pela história, profecias e uma paixão.

Mas, por única razão
A lógica Divina supera o juízo humano:
Porque grandioso é o Seu ensinamento.

O aprender seu segredo vem pela oração,
Pela palavra e comunhão.
Infindáveis são as bênçãos daquele que crê,
Cuja fonte nunca seca,
Tudo penetra nesta alma atingida.

O fogo do crente está no Espírito Santo,
O seu espelho é Jesus Cristo
E o Deus Pai é o Seu sinônimo,
Primo das maravilhas realizadas
Surge resplandecente sobre a face dos seus filhos.

Repudiado pelo mundo,
Segue Seu rumo
Na busca de ovelhas para preencher o Seu campo.

Um rebanho guiado por Deus
Tem na eternidade o limite do seu caminho.
O fim não existe e o começo
Vem do renascimento.

A salvação chega quando segue o estreito trajeto
Com obstáculos, armadilhas e sem atalhos.
Iluminado apenas pela esperança certa do Sublime projeto
Planejado desde o início e bem longe do homem e dos seus olhos.

Vozes na Noite

Ouço gritos, risos
Palavras soltas sem uma frase final
Barulhos de carros
Passando pela rua de mão única
Ronca os seus motores no embalo de uma canção metálica
Ao longe, ouço a prece dos crentes:
Crentes que com o seu grito
Irá chamar os pagãos para a Igreja verdadeira.

Quero não ouvir mais nada.
Impossível se torna este meu desejo
Quando percebo a perfeita ligação
Dos ruídos com a vida
Com o prazer das pessoas de encontrar os amigos na rua
E com a fé de louvar mais alto a palavra do Senhor.

Não vou mais forçar o meu querer
Tentarei ouvir os sons vindos de fora
Com as mesmas maneiras de um pai
Ouvindo alegre o choro do seu recém-nascido.

O que me incomoda não está lá
Entre os sons de toda esta gente
Está aqui, no meu desespero solitário,
Na disritmia das minhas rimas
E do meu sofreguidão poético.

É claro que encontrarei algo para fazer.
Deliciarei com o frescor
Da manhã que chega
Se chover, melhor ainda,
Estarei vendo o vapor d'água
A pairar os campos molhados aquecidos pelo Sol nascente
E por este enriquecer o consciente.

Decisão

Devo admitir a minha incapacidade física,
A realidade com quatro rodas,
O preconceito alheio
E a admiração de poucos.

Construir, destruir;
Destruir, construir.
Nada tenho para dar
Em troca do muito que recebi.

Ainda devo receber mais um pouco
Para depois retribuir com alguma coisa boa e útil.
Talvez, o bem contido em mim
Não seja divisível
Nem tenha um fim previsível.

Volto a estaca zero na qual comecei
Antes mesmo daquele foco de luz divina ter aparecido
O seu brilho era tão minúsculo
Que rapidamente se dissipou de mim.
Como eu poderia tê-la ampliada ou expandida,
Se o que tinha não me completava por inteiro?

Entendi que o milagre não poderia surgir de fora,
Mas que deveria ser processado em sentido contrário,
Buscando no meu ser mais íntimo
A fonte geradora da Luz
Em que a Espírito inspirador vem de Jesus.

Chuva

Gotas pingando no meu assoalho
Fazem barulhos cortantes
No silêncio abafado do meu quarto
E Ele aparece pelo som musical do vento

Tu és a tempestade de verão
Que molha e esfria a minh'alma
Depois, destruída e acabada,
O meu ser mais íntimo pede a volta do Senhor.

O trovejar lá fora
Não me assusta cá dentro
Nem a faísca de um raio tremulante
Fazem esconder-me neste instante.

Não me esmaeço da fúria da natureza
Empolgada pelo frenesi veranico.
Ter o domínio sobre esta força
É como possuir todos os segredos da natureza,
Mandar nos acontecimentos passados e futuros
Na esperança de fertilizar a vida seca existente em mim.

O poder que apeteço é impossível
Ilógico na realidade visível
Mas concreto nas minhas morais anti-éticas
E nas minhas imaginações poéticas.

Assim, Deus faz a sua parte
Cria, transforma e modifica o mundo
Gerando, na congruência das coisas, a arte
Que transfigura para realidade
O subjetivismo espiritual mais profundo.
Se alguém pudesse imaginar o bem que uma atitude em prol do semelhante faz a si mesmo, com certeza teriam adeptos em toda parte.

Todavia, o egoísmo humano impede que os bons gestos se multipliquem porque o orgulho, a avareza e o desprezo estão enraizados na sociedade. E mesmo àqueles seguidores de princípios espirituais, digo não só da minha que é cristã, tendem guardar para si o que racionalmente deveria compartilhar, ou, simplesmente, diz ser este ou aquele o verdadeiro caminho e menosprezam a comunhão franca.

De certa forma, eu me incluía neste aspecto porque imaginava como os outros iriam pensar de mim, confesso que nas primeiras oportunidades de expor a minha posição eu tinha que superar a vergonha para praticar com os meus semelhantes a doação espontânea de amor, carinho e de solidariedade, além de evangelizar o próximo.

E aí, eu percebi que não se torna uma obrigação nem um dever para praticar os ensinamentos bíblicos, mas sim entender que todos estamos num barco em deriva que só chegará a terra firme se todos remarem juntos.

Livre

Estou preso a tudo;
Tudo é perdição.
Estou perdido nas palavras sem elo
De ligação com quem quer que seja.
Facetas no esvão de uma alma passada
Nas frias manhãs.

Onde encontrarei mais inspiração
Se eu deixei todas elas num lugar afastado?
Sentinelas ao meu redor
impedem-me de alcançar o ápice
Dos picos andinos.

Ah, se eu voasse!
Romperia com a gravidade
E poderia pousar na nuvem mais branca
A espreita do meu companheiro poético.

Claro está de não encontrá-lo
Nos morros gelados de uma cidade deserta.
Os fantasmas que existem lá
Dão suspiros de alívio da minha certeza.

A minha ilíada errante termina
Sem nada ter acrescentado
Ao dia que se inicia,
Ao instante destoante da monotonia
E ao meu palúrdio momentâneo de liberdade.

Não quero a minha vontade
Pois sei que estarei eternamente perdido.
Vou rasgar e decepar da memória
Este poema lido.

Rejeitá-lo-ei para nunca mais sentir o cansado sofrido
No escopo de vislumbrar o descanso no Ombro Amigo,
Este que está eternamente vivo,
O ressurrecto Cristo,
Mesmo sendo morto no crucifixo.

Coração

Pulsa manso os meus batimentos
Sinto tudo, mas nada vejo
Os pequenos instantes de lembranças vagas
Estão concretas, porém, opacas
Nos meus neurônios Alentejo.

Nos meus olhares perdidos
Procuro ver algo mais do real
Em busca da planície ideal
Para os meus ínfimos descansos merecidos.

Obter e alcançar o meu objetivo
É como carregar pelos ombros
Um fardo pesadíssimo
Insuportável de aturar.

Voltarei ao passado
De antigas recordações
Sem ser ferido pelo ânimo abatido
Das memórias em atraso.
Mas não sou aqueles que desistem.
Permanecerei confiante no meu caminho
Posso fechar de novo os olhos
Não trancarei, porém, a porta que estou abrindo
Para os meus amigos destas letras.

Pois não tenho mais vergonha de mim
O que possuo não está em qualquer um
Adquirida sem esforço.
Tenho, sim, o Ser
Que me transforma e modifica
Diante de muitos se testifica
E que cá dentro mora
Este Espírito de avivamento.
Quando comecei a mandar os meus poemas nestas comunidades relacionadas às pessoas portadoras de necessidades especiais, não estava interessado de ser conhecido, muito menos ser comentado positiva ou negativamente – não era esse o meu intuito.

Todos temos de alguma forma um problema, quer que seja de saúde, econômico, social ou psicológico, mas temos. O meu é e continua sendo físico, movimento-me em uma cadeira de rodas e tenho que arcar em dobro com gastos pessoais se comparado com uma pessoal fisicamente sadia.
Agora sou advogado, com idade de 40 anos, tenho por passa-tempo a mania de ser poeta e como profissão de fé pregar o evangelho, mas antes eu não era nada, não tinha nada – nenhuma perspectiva, psíquico-ecnomicamente pobre na acepção mais ampla do termo. Alguns de vocês que lêem os meus textos se surpreendem por essas atitudes, imaginam que quero ganhar algo com isso.
Por estas pessoas que pensam assim, eu digo que elas estão totalmente certas na concepção de querer provocar, em cada uma, várias reflexões sobre suas vidas e tudo que há em sua volta.
Nunca e nem pretendo que todos entendam as mensagens que passo – não serei uma unanimidade entre todos –, porém, estarei jogando uma semente que pode ou não germinar.
Para isso, não uso de alegorias ou de subterfúgias imaginações, estou usando as minhas experiências e fatos vividos para mostrar de modo real o quão belo pode ser a vida – basta querer!
Eu digo sempre, se há alguém que não esteja contente de receber os meus textos, é simples, basta apagá-los da memória do computador e ignorar a minha pessoa na sua rede de amigos virtuais, mas da minha parte continuarei no meu compromisso de amar vocês e procurar deixar um caminho em busca da paz duradoura.
Se cada um fizesse um pouquinho o melhor para o próximo e doasse o seu tempo, a vida de todos seria bem melhor.

A Realidade - Lamparina - Não

A Realidade

Nas circunstâncias atuais do mundo
Vivemos para presenciar
O corpo físico,
Reparando apenas o que aparenta ser.

Cada qual em um emaranhado jogo
De sentimentos difusos
Que não chegam a destino algum.

Contudo, a vontade de Deus é um:
A esperança de morar em cada coração
Para derramar sobre nós
O Seu Espírito de conhecimento.

Só Deus tem o poder de nos conhecer
De modo tal
Que a distância e o tempo
São meros coadjuvantes.

Se do amor nascesse a amizade
Não haveria espaço
Para tantos descompassos,
Pois, já não precisaríamos da armadura física.

Logo, a realidade humana é desigual
Em que a lei do mais forte prevalece
Que ao tempo de Deus isto esmaece
Para dar poder ao pobre
Na pujança da divina vitória.


Lamparina

As luzes iluminam o espaço,
Promovem nas visões um ofuscar
Sorrateiro de sentidos.

Mas todo esse brilho se apaga
Em um piscar de olhos
Na constante vai e vem
Mutante.

Palavras soltas no ar se perdem nas lembranças
Das solidões passadas.

Somente a resplandecência Criadora
Permanece inalterada,
Posto que,
Aquece a chama
Que impulsiona a alma.


Não

Me recuso a crer na crueldade
Desprezo a maldade
Para entrar na comunidade
A encher de bondade.

Sou sozinho fraco
Humilde e acabado,
Mas juntos com outros
Extirpo viciosos hábitos.

Longe de construir um novo mundo
Fico solitário na minha modesta pretensão
De tocar o coração
Do leitor mudo
Com a Palavra de Deus.

Incapaz - Domingo - Construção

Incapaz

Quantas coisas passam,
Quantas desventuras,
Quantas ilusões
Quanto tempo sem o encontro com Deus?

Que preconceito é este,
Que orgulho,
Que arrogância é esta
Que nega qualquer ajuda?

Como se insiste em não ver
Como é insignificante o homem,
Como é pequenino a Terra na imensidão do universo.

Quão são minúsculos as nossas forças,
Quão somos incapazes de nos arrepender, porém,
Quão é sublime e admirável o perdão de Deus
Que ouve a confissão do arrependido.


Domingo

Hoje é domingo
Primeiro dia da semana
O Sol brilha lá fora
A vida brilha lá fora.

O cheiro de pastel de feira
Esperando a segunda-feira
Para a batalha contínua da vida inteira.

E nesta rotina,
O olhar de Deus está ao redor
Na expectativa de receber
O merecido louvor.

Porém, muitos ignoram a Sua presença
Voltados a resolver interesses fúteis,
Imaginando ser o centro das atenções.

Todavia, mesmo muitos não sendo dignos
Deus oferece cada dia
A beleza do Seu poder
Neste instante radiante
Apetecido de que todos creiam
Na Sua infinita misericórdia e Graça.


Construção

Infinito, intransitivo, infindável
Calculado, incluído, somatório

O afetivo se torna infinito
Quando o amor é verbo intransitivo
E a doação é um ato infindável.

Portanto, a vida é um momento divino calculado
Do ser humano incluído
Nos planos do Criador para atingir o final somatório.

Instinto - Poder - Suspiro

Instinto

Procurei flores ao meu redor,
Impassível diante das visões,
Não limitei o senso
Em difusas ilusões.

Magnetismo de sensações
Propagam nos nervos
Estímulos neurais
Invisíveis,
Imperceptíveis,
Porém, marcam profundamente o meu ser.

Sem poder me sustentar
O Espírito de Deus preenche esta lacuna
Alimentada pela Sua Palavra
Na constância de enriquecer a minh’alma.


Poder

Dinheiro
Sinônimo de poder
É venerado
Desejado
Buscado a qualquer custo.

Deus
É presente
O Seu Espírito atua nos corações
Para reagir em atos sem precedentes
Que poucos O buscam.

Dinheiro
Produz a desigualdade social,
Fome de muitos
E guerras de todos os tipos.

Deus
Acolhe os famintos,
Rompe barreiras
E traz a paz aos merecidos.

Dinheiro
Poucos têm em excesso,
Porém, os que tem nada fazem
Para construir um mundo melhor.

Deus
Não escolhe por acaso
Quem é digno do Seu perdão
Apenas espera pela alma arrependida
Para levá-la a uma vida mil vezes melhor.

Dinheiro
Corrompe,
Faz endurecer os corações
Para aprisionar em cadeias
Os injustos oprimidos.

Deus
Liberta
Transforma os servos do mundo
Em filhos do Supremo Criador.

Dinheiro
Cria um homem material
Que nasce e morre
Para nunca mais viver.

Deus
Cria um homem espiritual
Que renasce do mundo
Para nunca mais morrer.

Dinheiro
Tem o poder de dominar,
De controlar
E impor a vontade pela opressão.

Deus
Das Suas mão surgiu a vida
Com o Seu sangue perdoou os pecados
E com a Sua graça abraça os remidos.

Diante de todos os fatos,
Criou ainda Deus
O livre arbítrio
Para que a escolha do caminho
Seja a tua consciência.


Suspiro

Nas estradas em que passo
Sinais indicam mil informações
E em alta velocidade
Vou acelerando até meu destino.

Procuro sintonizar uma estação de rádio,
Mas nos “dials” não encontro àquela melodia.
Meu coração quer ouvir uma música
Para embalar as batidas
Descompassadas deste caminho.

Os atalhos me convidam
A seguirem outros trajetos
Dos quais espalham à beira da vias
Ossos dos que não chegaram,
Mas não acreditei no que via.

Minto se digo que estou perdido
Não estou em um buraco negro,
Pois no túnel que estou
Há a Luz
Que somente não sairei
Se não for fiel ao meu Guia
Contidas nas letras da Bíblia.

Sonho - Certas Verdades - Conexão

Sonho

Ouço uma música que fala sobre o amor
E sobre a liberdade do voou dos pássaros
Sinto levitar até não poder mais segurar o meu ardor
Em fugir do comum e estar contigo nestes momentos raros.

Não consigo evitar de viajar com a música
Num instante estou cá dentro na realidade
Buscando o lirismo e a boa gramática
No outro, querendo romper o formalismo e a fidelidade.
Contudo, sei que devo ficar na cadência da poesia
Para me certificar da minha reta vereda lírica.

Ah, mas as vezes os caminhos não convergem por igual
E tentam traçar estradas opostas
Sigo a minh'alma sem entrar no rótulo banal
A poesia clama pela volta das antigas amostras,
Das velhas almas juvenis apaixonadas
E da poética acadêmica dos autores tuberculosos.

Ciente estou que sou ultrapassado
Perdido de rancores neo-modernistas
Superado pelo imediatismo enlatado "high tec.",
Mas quando eu ainda estiver pilotando a minha própria vontade
Vou embarcar sempre para encontrar Deus
No escopo de retirar dEle toda pureza dessa fonte.


Certas Verdades

Eles nos vêem como seres bestiais
E dão a nós
Rótulos de portadores de necessidades especiais
Para gerar um seguimento.

Regras de conduta,
Normas de coerção
São criadas na luta
Em defesa da nossa libertação

Mas o que nos aprisiona somos nós mesmos
Que aceita as vicissitudes momentâneas
No engano de sermos comuns.

Nem Deus nos escolhe
Por este ou aquele motivo
Físico ou mental
Porque Ele quer mais do que tudo
Que todos, sem exceção,
Conheçam a imperfeição
De cada um.


Conexão

No esquema que sigo
Na imensidão da net
Atinjo e consigo
A atenção para refletir

Não como um solitário
À beira da crise existencial,
Mas como mais um solidário
Para mostrar a Palavra essencial.

Discordante nos caminhos alheios
Passo de largo pelas armadilhas do mundo
Em defesa do sólido princípio
Que nunca hei de me afastar.

Seja qual for o desafio
Não caio em desatino
Pois, fiel é aquele
Que busca constantemente
A mensagem verdadeira de Deus.

Violência

Não há como negar a raiva existente
Com o que ninguém sabe
Brota a crueldade satânica
Surgida das cinzas de um vulcão incandescente.

Todos fingem ser o centro das atenções
E esquecem da existência alheia
Invocando todos os santos malévolos do fetichismo
Para torturar aqueles que ofendem.

É a raiva transbordando no papel
Com o intuito de não passar pela boca do céu.

Este é o momento do homem no seu desabafo,
A hora do sangue fervilhar
E é o instante do grito do animal.

Depois, a brisa vem
Para demonstrar a futilidade
Deste ato arrogante.

Maior há em Deus o poder
Quando a adrenalina abaixa
Até, de novo, o homem perceber
Que só nEle coexiste
A plena razão de viver.

Provocação

Olho ao redor para fixar o mundo
Tudo acabado e deteriorado
Saboreio com a distância ao fundo
De um horizonte inacabado.

Fiz coisas já concretizadas
Para descansar esperando o futuro
Que vem mansa e pacificamente
A sossegar a minh’alma.

Entretanto, estático não sou
Trabalho a fim de não ver
Os ventos trazidos do sul
Que invocam as tempestades do viver.

Nas terras sem fim,
Na sociedade sem lei,
Na fonética sem ética
E no mundo sem Deus.
Vivo a lutar contra a vontade de desistir
E não embalar nos prazeres momentâneos.

Pois tudo o que o homem toca
Na recriação das coisas
Quase tudo não vale a pena.
Apenas,
Tenho por óbvio de que
Deus foi, é e sempre será a essência da minha vida.

Tudo

Corro, apresso-me e luto
Mesmo nos momento de desespero
E do fracasso
Não fico de luto.

Pode o tempo passar,
Os amigos distanciarem,
E todos me odiarem,
Contudo,
Não vou querer nunca
Me arrepender de tudo.

Nas linhas que escrevo
Traço limites no intuito de conduzir
Outros tantos a produzir
O mesmo caminho.

E assim é a Palavra de Deus
Que busca ensinar até os ateus
A mensagem contemplativa
De paz, verdade e amor aos seus.

Ideal

Minha cadeira de rodas é motorizada
Faço tudo, mas muitos não se importam com nada.
Me isento dos tributos das autoridades,
Mas eles ignoram as barreiras arquitetônicas das cidades.

Tento ganhar o meu sustento com dignidade,
Mas outros tantos usam de falsidade
Para sem muito esforço ganhar as custas dos outros
Uma vida de luxo para poucos.

Mesmo vendo toda essa desigualdade
Continuo na minha batalha solitária
Sem nenhuma maldade
Para receber de Deus a eterna felicidade.

Rumo

Não me movimento
Livremente nos caminhos,
Sou lento
Como letras percorrendo pergaminhos.

Mas no ardor do dia
Meu pai dizia
Chore com a melodia
Para dissipar esta melancolia.

Porém, as tristezas lá de longe eu pressentia
Quando comecei ler a Bíblia
Quanto mais lia
Aquela sensação sumia
E melhores coisas eu queria.

Não estou mais fadado ao fracasso
Porque o que eu faço
Não busco sem o enlaço
Das bênçãos de Deus em meu encalço,
Pois, o ensino de Cristo jamais é falso
E vivo está diante dos meus passos.

Provocação II

Hoje cinco de novembro de dois mil e seis,
Às seis,
Queria surpreender todos vocês
Com palavras de alento
Que pudesse encher o coração de alimento.

Mas falta em mim inspiração de sustento
Porque procuro a técnica,
Entretanto, esta meta
É para profissionais das letras
E eu sei que sendo leigo
E por mais que eu queira
Sentirei a minha queda.

Só mesmo Deus para ser misericordioso
Para encarar este desafio
Com mensagens inacabadas
Criadas instantaneamente
Por uma mente crente
Que provocará reações nas almas efervescentes.

Estandarte

Eu não consigo compreender
Os atos desumanos
A violência mascarada em desculpas alheias
Chega-se ao cúmulo a dizer que é para nossa segurança.

Matar é seguro,
Produzir bombas nucleares,
Dizimar um povo
Segregar raças, credos e classes.

Tudo isso é a lei do mais forte
Que leva todos a morte.
Sigo a bandeira branca
Que aglutina todos os outros em uma única cor
E significa amor.

A mensagem que do Deus vivo
Foi pronunciada
Me arraiga até as minhas entranhas
E nunca mais dissipa desta minha vida
Mesmo que seja o único a segurar esta auriflama.

Resposta ao Ódio

Quem em sã consciência
Não reagiria a uma bofetada,
Ao um insulto,
A uma provocação?
- Jesus não reagiu!

Quem não ficaria com ódio
Se alguém planejasse a tua morte,
Se alguém desprezasse o teu ato de amor,
Se alguém te impedisse de não mais buscar a justiça
E de dizer a realidade das coisas?
- Jesus amou os tais!

Não foi em vão toda a história
Que cada dia o mundo quer esquecer
Porque o amor, a verdade e a paz
Vão sempre prevalecer
Naquele que confia em Deus.

Realidade I

Não, não e não!
Estou farto desta mesmice
De ser o homem o centro das atenções
Para sempre dizer:
- Sou o melhor;
- Sou bom demais;
- Ninguém se compara a mim.

Sempre têm uns poucos
A receberam
E muitos
A perderem
E entre estes dois extremos
Ninguém compartilha.

O egoísmo chegou-se a tal cúmulo
Que até as riquezas naturais
Estão sendo destruídas
Em benefício do dinheiro.

É a miséria humana explícita
Apresentada na mídia
E no dia-a-dia.

Porém, há um consolo todavia
Quando parar de cantar a cotovia
E ela não mais invernar
Emigrando da África a Índia
Não há mais nada a restar
Do homem na sua consciência.

Só assim, este por si só
Terá algo a se orgulhar perante Deus
Que é destruir a vida que foi criada por Ele.

Psicose

Os neurossensores
Acumulam informações
Que chegam em alta velocidade ao cérebro.

Depressa vem um alerta
De uma ameaça à mente
A transformar uma fantasia em realidade

E, por isto, todos envoltos estão numa redoma psicótica.
A este meio depressivo neurótico
Cria mundos próprios
Em que a comunhão não tem vez
E da Internet se fez
O modo virtual de ser.

Agora não é mais uma questão de “ser”
Da literatura shakespeariana,
Mas, do vir a ser humano
Enquadrado nas diversas comunidades cibernéticas.

Em tudo tem um único rumo
De unir os cegos aos surdos,
Passando pelos absurdos,
No intuito de se chega na conclusão do dilema
Que é a meta de atingir o sentimento mais profundo
Expressada neste poema:
- Deus na Sua essência.

Recomeço

Tem dias que tudo é contra nós,
Notícias negativas,
Críticas destrutivas,
Palavras desnutritivas.

No estresse diário
A rapidez das horas
Faz de cada momento ordinário
Uma sensação de perda
Como quem consumisse drogas.

A ansiedade
E a ausência da paz
Ao homem faz
Avançar o físico a sua idade.

Tudo tem seu tempo,
Cada minuto, cada segundo
A vida toma o seu curso.

Fixo estamos nesta encruzilhada,
Procurando um incentivo
De modo a acalentar a nossa última morada.

Porém, nada se processa ao acaso
Tudo tem o seu objetivo
Tracejado por Deus
Que desde o começo nos deu
A graça do renascimento.

Tempo

Não pare! Prossiga e olhe.
O que tu tens na mão
É apenas um fruto do passado renovado que tu colhes
Para gerar um momento igual o de então.

Nunca diminuirá a importância desse fruto,
Obsoleto não o será em absoluto
É o futuro, mascarado como não presente,
Pois é a própria vida testificada como não ausente.

No coração não há sentimentos em vão,
O universo é um profundo espaço vazio
De matéria na sua imensidão.
Ele foi, é e será, sempre a causa
Para duvidar das falsas paixões
Que multiplicam nos indivíduos sem alma.

Será o mundo físico uma armadilha da vida?
Ou será a nossa imaginação a verdadeira culpada do nosso viver?
Não tenho paciência nem vontade de saber
Só sei que no final ninguém impedirá
O destino natural do tempo que virá
A absorver todos os sentidos
Na congruência dos atinos
Desta Divina inspiração.