segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Túnel

Fecha, corre, fecha corre ...
Num trem em movimento
Os trilhos por onde ele passa são estáticos,
Sem vida.
De repente, transformam-se num símbolo da saudade
Quando das suas estruturas
Vem o passageiro gozo do som estridente.

Trote, trote, trote ...
Os trilhos são
Como a vida é em nós
Que com apenas um deslize
Acaba com a esperança de se chegar ao destino.

Fumaça vai, fumaça vem, fumaça vai, fumaça vem ...
Einstein dizia que tudo é relativo
O tempo é relativo
O espaço também
Bem como o meio vivido dentro dos vagões.

Apito apita, apito apita, apito apita ...
Logo, a alegria é o sopro da felicidade
Que teima existir até a próxima estação
A sua parada também é relativa;
Reencontros e despedidas
Fazem brotar na gente um fruto amargo de lembranças.

Suavizado, suavizado, suavizado ...
Lá vem Ele com Sua Palavra penetrante,
Embrenhando-se nas serras e florestas
Com Sua velocidade rasgante
E dos túneis que se formam pelos trilhos,
Deixam sinais da Sua presença fervorosa nas frias arestas metálicas.

Foi com o vento, foi com o vento, foi com vento ... por aí.

Nenhum comentário: