sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Comunicado I

Extra, extra, extra!
Considera-se a notícia um meio de consumo
Tragédias populares narrados como se fossem chamadas de uma badalada festa
Enfocados por câmaras que procuram os atores principais sem rumo.

Morte e vida se misturam
Compondo na tela uma salada
Com sal e açúcar
Preparada especialmente
Para os telespectadores despreparados
Em verem o espetáculo de todos os dias.

A cor mórbida colorindo os olhos viciados pelas emoções alheias
O carrasco tido como herói
Em cenas grotescas da criminalidade.
De tudo isso, não se retira nenhum pesar
Só a consciência da população entretida de que amanhã assistirão mais uma peça criada pela mídia.

A propaganda se tornou a rompedora de costumes,
O cientista da ilusão
E o estilista do comportamento
Porém, nada há que possa retirar da marginalidade
O desprezo ao comum, à tradição
E a figura apelativa da nudez oprimida da pobreza.

O que existe com certeza
Está exposto para a venda,
Porém, nenhuma renda
Alcança a riqueza do amor
Que na mídia não se divulga
E dos olhos humanos estão afastados
Apenas guardados nos retos corações
Apetecidos de atingir a eterna paz
Prometida por Deus.

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