sábado, 11 de novembro de 2006

Chuva

Gotas pingando no meu assoalho
Fazem barulhos cortantes
No silêncio abafado do meu quarto
E Ele aparece pelo som musical do vento

Tu és a tempestade de verão
Que molha e esfria a minh'alma
Depois, destruída e acabada,
O meu ser mais íntimo pede a volta do Senhor.

O trovejar lá fora
Não me assusta cá dentro
Nem a faísca de um raio tremulante
Fazem esconder-me neste instante.

Não me esmaeço da fúria da natureza
Empolgada pelo frenesi veranico.
Ter o domínio sobre esta força
É como possuir todos os segredos da natureza,
Mandar nos acontecimentos passados e futuros
Na esperança de fertilizar a vida seca existente em mim.

O poder que apeteço é impossível
Ilógico na realidade visível
Mas concreto nas minhas morais anti-éticas
E nas minhas imaginações poéticas.

Assim, Deus faz a sua parte
Cria, transforma e modifica o mundo
Gerando, na congruência das coisas, a arte
Que transfigura para realidade
O subjetivismo espiritual mais profundo.

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